Varizes Pélvicas

Varizes Pélvicas

Sempre que se fala em cirurgia de varizes, surge a dúvida: mas elas não voltam mesmo após a cirurgia? Essa é uma crença bastante comum e, em parte, justificada pelo surgimento de novas veias dilatadas após a cirurgia em pacientes com tendência importante à doença varicosa. Entretanto, a simples tendência genética pode não ser a única culpada pelo surgimento de novas veias doentes. Hoje discute-se o papel das varizes pélvicas na recorrência de varizes nas pernas.

Varizes pélvicas são veias dilatadas e com função comprometida que surgem na parte interna da pelve. São muito mais comuns nas mulheres, onde envolvem o útero e ovários, mas também podem acometer os homens.

Constituem uma das causas de dor pélvica crônica, que é a dor não-cíclica na pelve com duração superior a 6 meses. Além disso, pode surgir desconforto durante e após a relação sexual, sensação de peso nas pernas agravado no período pré-menstrual, dor pélvica ao exercício, cólica intensa e sangramento menstrual exagerado. Esse quadro é conhecido como Síndrome de Congestão Pélvica.

As veias da pelve compartilham as mesmas vias de circulação que as veias das pernas. Por isso, um distúrbio de função das veias pélvicas pode sobrecarregar as veias das pernas e provocar varizes nas pernas. Caso isso não seja diagnosticado antes da cirurgia de varizes, novas veias podem se dilatar até mesmo apenas 6 meses após a cirurgia.

O exame clínico costuma ser insuficiente para detectar a doença em mulheres. Nos homens, é possível visualizar as varizes na bolsa escrotal (varicocele). Exames complementares são necessários para confirmar o diagnóstico.

Na presença de varizes pélvicas confirmadas associadas a sintomas ou recorrência de varizes nas pernas após cirurgia, deve-se considerar o tratamento cirúrgico. Atualmente, a cirurgia convencional pode ser substituída por uma técnica de tratamento minimamente invasiva através de cateterismo.

Dra. Ana Carolina Freire Costa, médica (CRM/RS 32837)

Risco de Trombose com uso de Anticoncepcionais

Risco de Trombose com uso de Anticoncepcionais

Anvisa alerta sobre risco de trombose em usuárias de anticoncepcionais

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

31/10/2011 | 14h05 | Mulheres

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta segunda-feira uma alerta às mulheres que tomam anticoncepcionais combinados (com dois tipos de hormônio). A informação é que o uso frequente de anticontraceptivos que contém o hormônio drospirenona pode elevar o risco de formação de coágulos, assim como trombose venosa e tromboembolia pulmonar.

A informação é baseada nos resultados em um estudo feito entre 2001 e 2009 com mulheres dinarmaqueses que tinham entre 19 e 49 anos e que não engravidaram nem tinham em seu histórico doenças trombóticas. O estudo ganhou destaque após ser publicada na respeitada revista acadêmica British Medical Journal (BMJ) e no sítio eletrônico da agência norte-americana para medicamentos e alimentos, o Food and Drugs Administration (FDA).

As pilulas combinadas ganharam popularidade por diminuirem os efeitos colaterais comuns nos anticoncepcionais, como inchaço, ganho de peso, dores de cabeça e diminuição de libido, já que são feitas com quantidades diferenciadas de hormônio.

Os pacientes que fazem uso de anticoncepcionais com o hormônio drospirenona (um hormônio similar à progesterona que o corpo produz), como Yasmin e Yaz da farmacêutica BayerHealthCare , devem seguir todas as recomendações médicas, segundo a Anvisa, e comunica-lo no caso de qualquer reação adversa durante o uso, mesmo que as reações estejam na bula.

Segundo a Bayer, fabricante de 10 tipos de anticoncepcionais combinados,  “o tromboembulismo é raro na população em geral, mas é durante a gravidez que o risco aumenta. Sendo que uma pesquisa feita pelo laboratório apresentou 60 casos de trombose entre mulheres grávidas, em 100 mil, enquanto em usuárias de anticoncepcional houve de 20 a 40 casos e mulheres que não tomavam contraceptivos apresentaram de 5 a 10 casos”.

A Anvisa informou ainda que continua favorável ao uso, mesmo sem concluir um “parecer definitivo” e permanece acompanhando o assunto.


Comentário da Dra. Ana Carolina:

O periódico British Medical Journal publicou, em abril desse ano, um estudo que demonstrou que, embora os novos anticonconcepcionais com drospirenona não causem a maioria dos efeitos colaterais conhecidos desses medicamentos, o risco de causar trombose venosa profunda continua a ser um problema.

Em outros tópicos desse blog, você poderá entender o que é a trombose venosa profunda e suas causas. A relação entre trombose venosa profunda e o uso de anticoncepcionais é conhecida de longa data. Inclusive, um histórico de trombose pode ser motivo de contra-indicação desse método contraceptivo em algumas pacientes predispostas. O alarde atual está no desapontamento ao observar que um dos efeitos colaterais mais graves dessas medicações continua limitando seu uso mesmo nas formulações mais modernas. Estudos de 2007 não demostraram a correlação dessa linha de anticoncepcionais com a trombose.

Entretanto, não há motivo para abandonar o método, nem mesmo anticoncepcionais como Yaz e Yasmin. A avaliação de um especialista pode ajudar a decidir entre as opções disponíveis e usar o anticoncepcional de forma eficaz e segura.

Dra. Ana Carolina Freire Costa, médica (CRM/RS 32837)