A escleroterapia, popularmente conhecida como “aplicação” ou “secagem de vasinhos” é atualmente a terapia mais escolhida para o tratamento das microvarizes.
As microvarizes correspondem ao termo telangiectasia, que designa os vasos cutâneos visíveis que medem de 0,1 a 1mm de diâmetro. Podem se apresentar como linhas fracamente eritematosas até um aspecto roxo e elevado, como cachos de uva. Muitas vezes, nota-se a conexão com as veias reticulares (entre 2 e 4mm de diâmetros), maiores e nutridoras dessas microvarizes. Nesses casos, o tratamento completo pode incluir a correção cirúrgica das varizes maiores.
Quando o tratamento escleroterápico é indicado em complementação à cirurgia, as sessões devem ser iniciadas cerca de 1 mês após a intervenção, quando as equimoses pós-operatórias já estão quase totalmente resolvidas.
Muitos autores acreditam que o tratamento esclerosante das varizes deve ser feito sempre com compressão elástica, meias ou bandagens após o procedimento. Entretanto, sua utilização nas microvarizes menores que 1mm não encontra embasamento científico relevante. Atualmente, sabe-se que é possível descartar o uso da compressão elástica nesses casos e reservá-lo para o tratamento das telangiectasias semelhantes a “cachos de uva”. Esse uso seletivo proporciona mais conforto à maioria dos paciente.
A frequência das sessões também constitui outra polêmica. Alguns autores observaram que a repetida reação inflamatória, produzida pela aplicação do produto em uma mesma região, sem o necessário intervalo de cerca de 4 semanas, pode funcionar como estímulo ao surgimento de finíssimas telangiectasias no local.
Existem diversos tipos de agentes esclerosantes no mercado, entre os quais estão a Glicose Hipertônica, Polidocanol, Ethamolin e a Glicerina Crômica. Todos apresentam bons resultados quando são obedecidas as regras de indicação pertinentes e cabe ao cirurgião vascular a escolha do agente mais adequado para cada caso.
Durante o tratamento esclerosante, reações como ardência e coceira são esperadas, bem como pequenos hematomas, que desaparecem em tempo variável de acordo com o tipo de pele.
Entretanto, independente do tipo de esclerosante escolhido, o paciente deve ser informado que efeitos colaterais indesejáveis podem surgir, como: pigmentação, formação de coágulos, úlceras, alergia, entre outras.
Como método complementar e algumas vezes alternativo à escleroterapia por agentes químicos, há o uso de laser. Esse método tem como principais vantagens ser pouco invasivo (não usa agulhas), ser desprovido de reações alérgicas (não há injeção de medicamentos), induzir menor reação inflamatória cutânea e causar menor risco de manchas hipercrômicas (escuras) na pele. Existem também contra-indicações ao método, como tonalidade da pele, bronzeamento, calibre e profundidade do vaso.
Dra. Ana Carolina Freire Costa, médica (CRM/RS 32837)