Aneurisma

ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL

O QUE É UM ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL (AAA)?

A aorta é a maior artéria do corpo e transporta sangue rico em oxigênio para a parte inferior do corpo e as pernas. Um aneurisma de aorta abdominal ocorre quando a pressão do sangue dentro da aorta causa o enfraquecimento de um segmento, que pode começar a se expandir.

O diâmetro normal da aorta abdominal é de cerca de 2 cm. Como um AAA continua se expandir para além dos diâmetros normais, pode se tornar perigoso e causar risco de ruptura. A ruptura do aneurisma pode causar hemorragia interna grave, que pode levar à morte. Felizmente, quando diagnosticado precocemente e monitorizado com frequência, um AAA pode ser tratado de forma segura e eficaz.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?
Qualquer pessoa pode desenvolver um AAA, mas alguns fatores de risco:

• História familiar de AAA
• Fumar
• Pressão alta
• Idade 55 anos para homens e de 65 anos ou mais para as mulheres

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
A maioria dos pacientes portadores de AAA permanecerá assintomática. Os sintomas costumam se correlacionar com as complicações do aneurisma, como a ruptura, crescimento rápido (que indica risco de ruptura), etc. Alguns exemplos:

• Pulsações dentro de seu abdome.
• Dor abdominal ou lombar intensa repentina – isso indica ruptura iminente e deve motivar a busca imediata pelo serviço de emergência

• Raramente, pode ocorrer dor, alteração de cor ou feridas nos dedos ou pés devido a coágulos de dentro do aneurisma que migram a fecham a circulação de segmentos distantes.

QUAIS EXAMES SÃO NECESSÁRIOS?
Exames de imagem ajudam a determinar tamanho, forma e estabilidade do aneurisma. Diversos estudos devem ser realizados antes da cirurgia. Estes podem incluir:
• Ultra-som: exame inicial que frequentemente permite o primeiro diagnóstico.
• Tomografia computadorizada: exame que fornece excelentes imagens necessárias ao tratamento do aneurisma através do uso de contraste iodado. Isso limita seu uso em pacientes com perda da função renal e naqueles com alergia a iodo.
• A arteriografia: exame invasivo que normalmente é realizado apenas no momento do tratamento do aneurisma por via endovascular.

OPÇÕES DE TRATAMENTO
Compreender a doença e as opções de tratamento é extremamente importante.
A conversa com o médico é extremamente importante para discutir as opções de tratamento.
• A intervenção cirúrgica é indicada quando o aneurisma supera 5,0 cm ou 5,5cm ou apresenta crescimento muito rápido, pois implicam em aumento do risco de ruptura.

• Se o aneurisma é pequeno e assintomático, opta-se normalmente pelo monitoramento, que costuma ser realizado com avaliação clínica e exames de imagem a cada 6-12 meses.

Se a decisão de tratar cirurgicamente o aneurisma foi tomada, o próximo passo é definir se esse tratamento será por cirurgia convencional ou por via endovascular. A decisão depende de questões técnicas e clínicas do paciente.

Esquema do Implante da Endoprótese

Reparo Endovascular
• envolve o implante de uma prótese sintética no segmento da aorta acometido pelo aneurisma, de forma a excluir as paredes enfraquecidas da circulação.

• Este procedimento é menos invasivo do que a cirurgia convencional, pois é realizado através de pequenas incisões nas virilhas, sem a necessidade de abrir o abdome.

• Durante o procedimento, usando raios-x e cateteres de pequeno porte, a endoprótese é lentamente guiada pelas artérias até o local a ser tratado.
• Este tipo de procedimento costuma ter um período de recuperação pós-operatória menor que a cirurgia aberta, em média 2-4 dias.
• Complicações associadas com este tipo de reparo podem incluir lesões aos vasos sanguíneos, infarto cardíaco, acidente vascular cerebral, paraplegia, falência renal, e trombose.

• Após o reparo endovascular, o acompanhamento freqüente com ultra-som e tomografia computadorizada são necessário para garantir a colocação correta e o funcionamento da endoprótese.

Implante da Prótese com o aneurisma aberto

Cirurgia Aberta (Convencional)

Devido a questões técnicas, determinados aneurismas pode ser impossíveis de se corrigir por via endovascular. Nesses casos, a cirurgia aberta pode ser mais apropriada.
• A cirurgia convencional é realizada através de uma grande incisão abdominal que expõe a aorta com aneurisma.
• A aorta é fechada para parar o fluxo de sangue e, em seguida, o cirurgião abre o aneurisma e procede a colocação da prótese no lugar da aorta. É de se imaginar que esse “fechamento” da circulação causa um trauma cirúrgico muito maior.
• Em média, a permanência no hospital é de 5 a 7 dias.
• Complicações associados com este tipo de cirurgia incluem infecção, hemorragia, ataque cardíaco, derrame e disfunção sexual.
• Após a cirurgia aberta, o acompanhamento com exames de imagem é menos frequente.

Dra. Ana Carolina Freire Costa (CRM 32837)

Cirurgia endovascular, Mioma uterino, Serviços

Opção de tratamento para Mioma Uterino

Embolização de Artérias Uterinas

A Embolização das artérias uterinas é um tratamento minimamente invasivo para miomas uterinos, que são tumores não cancerosos no útero. Na embolização da artéria uterina – também conhecida como Embolização de miomas uterinos – um cateter é introduzido na circulação para injetar pequenas partículas nas artérias uterinas – que fornecem sangue aos seus miomas e do útero – e obstruí-las. Dessa forma, o suprimento de sangue aos miomas é drasticamente reduzido, o que provoca sua redução de tamanho.
No procedimento de embolização são usadas técnicas de imagem para guiar procedimentos que seriam impossíveis com a cirurgia convencional. Esses procedimento são realizados por cirurgiões vasculares, radiologistas intervencionistas, ou mesmo alguns ginecologistas que tenham formação em técnica endovascular.

São candidatas à embolização da artéria uterina as pacientes em pré-menopausa e que:

  • Tenham dor ou sangramento intenso devido aos miomas uterinos
  • Apresentem alto risco para cirurgia ou que desejem preservar seu útero.
  • Não tenham planos de gravidez futura

Sintomas

Ilustração de miomas em diferentes regiões do útero

Os miomas uterinos podem causar sintomas graves em algumas mulheres, incluindo sangramento, dor pélvica e um aumento do abdome. A embolização da artéria uterina destrói o tecido dos miomas e alivia esses sintomas – especialmente a hemorragia e inchaço abdominal – e oferece uma alternativa à cirurgia para remover miomas (miomectomia) ou cirurgia para remover o útero (histerectomia). O procedimento provoca a redução de volume e consistência dos miomas, mas não causa seu desaparecimento.

O tratamento de embolização da artéria uterina apresenta vantagens decorrentes de alterações fisiológicas causadas pela presença de miomas uterinos. Um útero com miomas tem os vasos sanguíneos menores do que um útero normal. Isso porque os miomas estimulam a formação de novos vasos sanguíneos para nutrí-lo. Durante a embolização da artéria uterina, pequenas partículas (agentes embólicos) seguem este aumento do fluxo sanguíneo para os miomas e se aninham nos ramos que alimentam os tumores. Acredita-se que o tecido normal do útero não é prejudicado, em parte porque recebe sangue das artérias adicionais, conhecidas como circulação colateral.

Esquema do procedimento de embolização de mioma uterino

Complicações do procedimento

A ocorrência de complicações é extremamente rara. Estas podem incluir:

  • Infecção: Um mioma degenerado  pelo procedimento pode proporcionar um local para o crescimento bacteriano e levar a uma infecção do útero. Muitas infecções uterinas podem ser tratada com antibióticos, mas, em casos extremos, a infecção pode exigir a retirada cirúrgica do útero.
  • Danos a outros órgãos: Embolização não intencional de outro órgão ou tecido pode levar a uma doença grave. Mesmo quando a embolização é realizada corretamente, os ovários podem ser afetados, por exemplo. Isso poderia resultar na interrupção dos ciclos menstruais, que é mais comum em pacientes com mais de 50 anos. Também a circulação das pernas, da musculatura e pele glútea podem ser afetadas, dentre outras.
  • Exposição à radiação: A embolização da artéria uterina expõe os ovários à radiação para captura das imagens do exame.
  • Tecido cicatricial: A embolização de miomas projetados para a parte externa do útero podem resultar na formação de aderências, faixas de tecido cicatricial entre os órgãos pélvicos. Mas o tratamento cirúrgico de miomas, como a miomectomia, também traz esse risco.
  • Possíveis problemas em futuras gestações: As mulheres podem ter gestações saudáveis após a embolização da artéria uterina. No entanto, algumas evidências sugerem complicações na gravidez, incluindo as anomalias de fixação da placenta, que podem ser mais frequentes após o procedimento.A opção por esse tipo de tratamento depende de uma série de condições técnicas e o encaminhamento para o procedimento deve ser feito após a avaliação de um médico ginecologista. Miomas muito grandes ou que sejam pendentes por uma haste causam divergências quanto ao melhor tratamento entre os profissionais.

Razões para evitar este procedimento

Não submetidos a embolização de artéria uterina, se houver:

  • História de radiação pélvica
  • História de insuficiência renal
  • Câncer pélvico possível
  • Infecção pélvica ativa, recente ou crônica.
  • Diabetes mal controlado
  • Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite)
  • Distúrbio de sangramento
  • Alergia severa ao iodo
  • Desejo de gravidez futura

Resultados

Estudos demonstraram que a embolização de artéria uterina reduz sintomas como sangramento intenso, incontinência urinária e aumento abdominal em 75% ou mais das mulheres que se submetem ao procedimento para tratar os miomas.

Cinco anos após o tratamento com embolização da artéria uterina, mais de 75% das mulheres mantiveram o controle dos sintomas. Estes resultados são comparáveis com a cirurgia, em que os miomas são removidos cirurgicamente e o útero reparado.

Menstruação e menopausa:

Os ciclos mentruais normalmente reiniciam dentro de alguns meses. Um pequeno número de mulheres, no entanto, entram na menopausa após o procedimento. O risco maior aparece entre as mulheres de 45 anos ou mais. A causa pode ser que os ovários e o útero compatilham alguns casos e, quando as artérias uterinas são embolizadas, isso pode resultadar na interrupção do fornecimento de sangue para os ovários. Se você está se aproximando da menopausa (perimenopausa), tal interrupção poderia levar à menopausa.

Se você quer ter filhos ou pensar que você pode querer em algum ponto, converse com seu médico sobre como embolização da artéria uterina pode afetar sua fertilidade. Embora o risco de entrar na menopausa decorrente do procedimento seja baixo, pequenos danos aos ovários podem tornar mais difícil engravidar. Também pode haver um risco aumentado de complicações na gravidez, especialmente envolvendo a colocação anormal da placenta. Apesar desses riscos, muitas mulheres tiveram gravidezes bem sucedidas após a embolização da artéria uterina.

Dra. Ana Carolina Freire Costa (CRM 32837)

Entenda o tratamento endovascular do aneurisma de aorta abdominal

O tratamento endovascular do aneurisma de aorta abdominal é cada vez mais utilizado para essa correção devido ao aumento da segurança e durabilidade do procedimento com o desenvolvimento dos novos materiais.

Por apresentar menores riscos que a cirurgia aberta, esse procedimento é opção de tratamento para pacientes mais idosos ou ainda, aqueles que tenham um comprometimento cardíaco e/ou pulmonar  que tornem a cirurgia aberta  um procedimento de risco inaceitável.

Consiste no uso de um tubo com suporte metálico que é inserido na aorta através de cateteres pela virilha. Esse tubo, a endoprótese, ao cobrir toda a extensão do aneurisma, evitaria que a pressão arterial crônica, com o tempo, provocasse a ruptura do mesmo.

Um cateter com a endoprótese (posicionada em sua extremidade) é introduzido através de uma artéria da virilha. Em seguida a ponta do cateter com a endoprótese é posicionada no local da aorta aneurismática, onde ela é liberada. O procedimento geralmente é feito sob anestesia geral ou regional, mas pode ser feito até mesmo sob anestesia local se a gravidade da condição do paciente tornar isso necessário. A alta hospitalar costuma ocorrer 2 dias após o término do procedimento. Em poucos dias  após o procedimento, o paciente poderá retornar as suas atividades cotidianas.

Dra. Ana Carolina Freire Costa, médica (CRM/RS 32837)